A Sabesp divulgou ontem os resultados do primeiro trimestre de 2024. A Companhia investiu R$ 1,42 bilhão no período, um aumento de 14,9% em relação a R$ 1,24 bilhão registrado no mesmo período de 2023. Entre os principiais projetos estão as obras para a expansão do sistema de esgotamento de Guarulhos, parte relevante do Integra Tietê, a ampliação da coleta de esgoto na Baixada Santista e no Litoral Norte, através do Programa Onda Limpa, e a finalização da Barragem de Botucatu.
“Em 2023, a companhia passou por uma grande reestruturação para se tornar mais integrada, eficiente e moderna. Em 2024, os frutos deste trabalho vão se consolidando à medida que avançamos nesta agenda. Temos um grande desafio pela frente de entregar investimentos vultuosos. O resultado deste primeiro trimestre indica que seremos capazes de realizá-los de forma sustentável, preservando a solidez financeira da Companhia,” afirma o diretor-presidente da Sabesp, André Salcedo.
Resultados financeiros
No período, o EBITDA ajustado, eliminando eventos não recorrentes, totalizou R$ 2,59 bilhões, com acréscimo de R$ 556,2 milhões comparativamente aos R$ 2,04 bilhões apresentados no primeiro trimestre de 2023, um crescimento de 27,3%. O lucro ajustado atingiu R$ 985,7 milhões no trimestre do ano, representando um incremento de R$ 238,5 milhões ou 31,9% sobre os R$ 747,2 milhões obtidos no mesmo período de 2023.
A Companhia obteve um aumento de receita de R$ 751,8 milhões, uma alta de 15,3% comparando o primeiro trimestre de 2023 com o mesmo período de 2024, impactados pelo reajuste tarifário de 9,6% de maio de 2023, e um acréscimo de 5,3% no volume faturado total.
Produção e consumo de energia
Neste trimestre, as despesas com energia elétrica totalizaram R$ 394,3 milhões, uma redução de R$ 1,5 milhão ou 0,4% comparativamente aos R$ 395,8 milhões. Do total da energia adquirida, o Ambiente de Contratação Livre (ACL), ou seja, a compra no mercado livre, representou 51%. O resultado faz parte da busca constante que a Empresa vem fazendo em diminuir os custos com a compra de energia.
Em março, a Sabesp realizou um chamamento público para a seleção de parceiro estratégico especializado na construção e operação de usinas fotovoltaicas, que vão gerar energia renovável no modelo de autoprodução para atender as unidades da Companhia. A Sabesp terá 30% de participação numa SPE (Sociedade de Propósito Específico), em um contrato de 20 anos. A partir de janeiro de 2027, quando está previsto o início da produção de energia, o projeto será capaz de suprir 62% da carga da Sabesp – 190 MWm (megawatts médios). Inédito na empresa, o programa de autoprodução tem como benefícios: redução do gasto com energia, maior previsibilidade, aumento na participação de energia renovável, reforçando seu caráter sustentável.
Captação
Em fevereiro, na maior emissão de debêntures em sua história, a 31ª, a Sabesp captou R$ 2,94 bilhões. Devido à forte demanda, que atingiu R$ 4,14 bilhões, o valor inicialmente ofertado de R$ 2,5 bilhões foi aumentado em 17,62%. A oferta foi feita em três séries, de cinco, sete e dez anos, com redução da taxa inicial em todas elas. Os percentuais finais ficaram em, respectivamente: DI + 0,49%, DI + 1,10% e DI + 1,31%, ao ano. Os títulos foram enquadrados nas categoria “blue bonds” (títulos sustentáveis e azuis) porque a Sabesp se compromete a destinar o montante equivalente aos recursos captados em categorias de projetos descritas em seu Framework de Finanças Sustentáveis.
Gestão de riscos financeiros (início do segundo trimestre)
Em abril de 2024, a Companhia firmou contratos de derivativos com base na Política de Riscos Financeiros, visando reduzir a exposição do saldo total da dívida em moeda estrangeira, equivalente a US$ 531 milhões.
“Neste trimestre, pela primeira vez, contratamos estes instrumentos para o controle de riscos de variações cambiais e de taxas de juros. Isto é um marco na gestão financeira da Companhia porque irá colaborar com o aumento da previsibilidade de caixa e do resultado, melhorando a capacidade de financiamento de todos os investimentos programados para a universalização”, destaca a diretora Econômico-Financeira e de Relações com Investidores da Sabesp, Catia Pereira. (Da assessoria).