Vários manifestantes fizeram na noite de sexta-feira (12/1) um ato na Praça da Igreja São José em homenagem a artista venezuelana e cicloviajante, Julieta Ines Hernandez Martinez, conhecida como palhaça Jujuba e que foi assassinada no estado do Amazonas.
Julieta, de 37 anos, estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro do ano passado e seu corpo foi encontrado no sábado (6), no município de Presidente Figueiredo (AM). A Polícia Civil do estado um homem e uma mulher pelo feminicídio da artista. Ambos responderão por ocultação de cadáver, latrocínio e estupro.
Botucatu se uniu às mais de 160 cidades para uma manifestação de luto coletivo e em defesa da vida das mulheres. “Lutamos por justiça e para que a liberdade de ir e vir e o respeito pelas escolhas pessoais não sejam privilégios de gênero, raça e classe”, destacou a organização.
“Nossa união também celebrou história e a vida da Julieta e Jujuba! Ciclistas, pedestres, artistas, crianças, jovens e adultos reverberam pelo centro de Botucatu a arte, alegria de viver e esperança num cortejo digno dessa mulher incrível que deixou um lindo legado a todas nós. Nossa missão é continuar a contar a história de Julieta, alegrar e acolher crianças, espalhar seu legado num ato de resistência e lembrança. Nos juntamos para que mais nenhuma mulher tenha sua liberdade, alegria e vida interrompidas. Julieta somos nós e nós somos Julieta”, destacou.
Biografia: Julieta Hernández tinha 38 anos, era venezuelana, palhaça, cicloviajante e bonequeira. Em sua terra natal, formou-se em veterinária, fez estudos na área do teatro e veio ao Brasil para estudar Teatro do Oprimido. Aqui, seguiu firme em suas pesquisas e experimentações artísticas, vivenciando cada vez mais a palhaçaria. Vivia no Brasil desde 2015 e em 2019 começou a viajar de bicicleta, se apresentando como palhaça ‘Miss Jujuba’ por cidades de mais de 9 estados brasileiros, do norte e nordeste. Nestas andanças, com seu Cuatro Venezuelano e muitos sonhos na bagagem, esteve em diversas pequenas comunidades pelos interiores do Brasil, participou de encontros e festivais autogestionados e compartilhava seus saberes de maneira voluntária por onde passava. Mesmo em projeto solo, participou de iniciativas coletivas como a Red de Payasas Venezolanas e os Palhaços Sem Fronteiras, no Brasil. Foi, e sempre será, considerada uma das maiores referências de artista nômade e migrante da América Latina. (Texto 14News, organização e Agência Brasil).