O Estado de São Paulo registrou 33 mil notificações de acidentes com animais peçonhentos e 26 óbitos em 2018. Desse total, 66% foram causadas por escorpiões. Em Botucatu neste ano, foram registrados 76 acidentes com escorpiões, sem óbitos, sendo 37% das ocorrências com animais peçonhentos.
Em Botucatu, as principais espécies são: escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e escorpião marrom (Tityus bahiensis). O ambiente natural modificado pelo desmatamento e pela ocupação do homem causa uma quebra na cadeia alimentar, acabando também com locais de abrigo para os escorpiões. Com a escassez de alimento, esses animais passam a procurar comida e abrigo em residências, terrenos baldios e áreas de construção, aumentando as chances de acidentes.
A Vigilância Ambiental em Saúde de Botucatu alerta que cuidados simples podem evitar acidentes. Algumas espécies de escorpiões se alimentam principalmente de baratas e se deslocam aos lugares onde há abundância destes insetos, sempre no período da noite.
“Os escorpiões desempenham um papel importante no equilíbrio ecológico como predadores de outros seres vivos, devendo ser preservados na natureza. Para evitar os acidentes, nós devemos mantê-los longe de nós. Para isso, a limpeza de quintais e terrenos é essencial”, explica Valdinei Campanucci, Supervisor de Serviços de Saúde Ambiental e Animal.
Para evitar acidentes com escorpiões, confira algumas dicas:
Na área externa do domicílio:
– Manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar;
– Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados, e entregá-los para o serviço de coleta. Não jogar lixo em terrenos baldios;
– Limpar terrenos baldios a cerca de dois metros das redondezas dos imóveis;
– Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados;
– Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões como materiais de construção civil e terraplenagens, que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento, umidade, entre outros;
– Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo exagerado;
– Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos;
– Evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões;
– Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros;
– Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões;
– Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas.
Na área interna:
– Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas;
– Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha;
– Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;
– Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;
– Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados;
– Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.
“O uso de inseticidas para o controle de escorpiões não são indicados. Na verdade estes produtos funcionam como barreiras químicas, dando-nos uma falsa ideia de que o problema foi resolvido, mas os escorpiões permanecem no ambiente. O melhor controle é o manejo ambiental”, orienta Valdinei Campanucci.
Como proceder em caso de acidente?
Ao ser picada, a pessoa deve lavar o local com água e sabão, procurar orientação médica imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente.
“Se for possível, a pessoa deve capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde, porque a identificação do escorpião causador do acidente pode auxiliar o diagnóstico. Mas isso deve ser feito com muita segurança”, salienta Valdinei.
Caso seja picada, a pessoa não deve amarrar ou fazer torniquete, não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local ou fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções. Também não é orientado cortar, perfurar ou queimar o local do ferimento.
Para evitar acidentes, o ideal é examinar roupas (inclusive as de cama), calçados, toalhas de banho e de rosto, panos de chão e tapetes, antes do usar. Usar luvas de raspa de couro ou similar e calçados fechados durante o manuseio de materiais de construção, transporte de lenha, madeira e pedras em geral. Manter berços e camas afastados, no mínimo, 10 centímetros das paredes e evitar que mosquiteiros e roupas de cama esbarrem no chão.
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(com Assessoria de Imprensa)