A Prefeitura de Botucatu, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, assinou o contrato para aquisição de uma usina de biodiesel. O investimento é de R$ 92,1mil, recursos próprios do Município.
A empresa vencedora do processo licitatório tem o prazo de 90 dias para fazer a entrega e montagem dos equipamentos. Eles ficarão em um barracão já construído em parceria com a Sabesp, no antigo DER, às margens da Rodovia Marechal Rondon.
A usina terá capacidade de produzir 300 litros de biodiesel por dia. O objetivo inicial é que este material possa abastecer, em um futuro breve, a frota municipal de veículos movidos à diesel. “Estamos projetando uma economia de aproximadamente R$ 300 mil ou mais por ano aos cofres público”, calcula o secretário municipal de Meio Ambiente, Perseu Mariani.
Além desta redução de gastos do dinheiro público, a iniciativa é ambientalmente mais correta já que a queima do biodiesel emite menos poluentes na atmosfera em comparação com o tradicional diesel derivado do petróleo.
“O biodiesel é uma fonte mais limpa e renovável, que minimiza o efeito estufa, ou seja, o aquecimento global que tanto nos preocupa. Com certeza é mais um importante gesto e que credencia ainda mais Botucatu, vencedora por duas vezes, nos anos de 2012 e 2014, do programa estadual Município Verde-Azul”, argumenta Mariani.
Óleo de cozinha pode virar sabão
A usina de biodiesel permite ainda que o tradicional óleo utilizado para fritura de alimentos, que diariamente é descartado através das tubulações de esgoto e polui os corpos d’água que abastecem as cidades, tenha um destino final ecologicamente correto. Estima-se que um litro de óleo possa poluir 20 mil litros ou mais de água.
Segundo a Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), o País utiliza hoje cerca de 30 milhões de litros de óleo de fritura para processar biodiesel. O volume é pouco se comparado ao total produzido no ano passado, algo em torno de 3,9 bilhões de litros de óleo. Além disso, a Associação Brasileira para Sensibilização, Coleta e Reciclagem de Resíduos de Óleo Comestível (Ecóleo), revela que o País chega a descartar 200 milhões de litros de óleo de cozinha na natureza.
“Com o tempo a usina poderá ganhar um papel social importante já que do óleo de cozinha ainda podemos extrair glicerina e outros componentes para a fabricação de sabonetes e outros produtos e, assim, atender o mercado, garantindo geração de renda”, destaca o secretário de Meio Ambiente.
“Só neste ano, através do projeto Bolhas do Bem, realizado junto às escolas da Rede Municipal de Ensino, foi coletado mais de 13 mil litros de óleo de cozinha. Podemos expandir esse conceito e envolver toda Cidade, transformando antigos maus hábitos em gestos positivos em prol do nosso meio ambiente”, complementa.
Curiosidades sobre o biodiesel
O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, que pode ser obtido por diferentes processos. A mais utilizada consiste numa reação química de óleos vegetais ou de gorduras animais com o álcool comum (etanol) ou o metanol, estimulada por um catalisador.
Desse processo também se extrai a glicerina, empregada para fabricação de sabonetes e diversos outros cosméticos. Há dezenas de espécies vegetais no Brasil das quais se podem produzir o biodiesel, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, dentre outras. O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclodiesel automotivos.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, hoje o Brasil conta com indústria de biodiesel consolidada, com mais de 50 usinas aptas a produzir e comercializar biodiesel, com uma capacidade instalada superior a 6 milhões de metros cúbicos.