25 de abril de 2024
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Universidades ainda não ensinam deficientes

Paulo Fernando Jacinto, funcionário da Faculdade de Medicina de Botucatu, esteve em um evento em São Paulo para debater avanços que são necessários nas universidades quando se fala no atendimento às pessoas com deficiência.

O que foi debatido é que os prédios têm a acessibilidade física, mas existe ainda a barreira quando o aluno precisa ter acesso ao conhecimento de forma adaptada à sua realidade.

“Foi muito interessante e uma experiência muito enriquecedora onde nós vimos a situação da acessibilidade nas universidades públicas, principalmente nas 3 estaduais: USP, Unesp e Unicamp. Lá estiveram várias universidades. A PUC também esteve representada, além da deputada Mara Gabrilli e a Defensoria Pública. Percebemos que a acessibilidade nas universidades públicas está muito aquém daquilo que deveria ser realmente”, diz Paulo Fernando Jacinto.

Quando se fala em acessibilidade, diz Paulo Fernando, pensa-se na parte física como rampas, mas a discussão vai além como o acesso ao conhecimento. Por isso abordou-se que deveria haver acesso ao ensino superior e às redes de ensino fundamental e básico, ou seja, como o aluno pode chegar à universidade e aprender, e desenvolver o seu conhecimento através do material didático.

“Existe acesso. Se for uma deficiência física a maioria dos prédios da Faculdade de Medicina estão adaptados, agora se for acesso para um deficiente surdo-mudo ou ao material didático fica-se devendo. Essa foi uma das maiores reclamações e demandas apontadas nessa audiência pública. O surdo-mudo e cego não têm acesso ao material didático adequado para se desenvolver”, analisa o servidor de Botucatu.

No mesmo encontro, a defensora pública Renata Flores, que coordenou a audiência, disse que deve-se promover nas universidades públicas esse tipo de debate, pois São Paulo, uma vez que se trata do Estado mais rico da Federação, e mesmo assim não têm a estrutura necessária, e por isso deve-se buscar para que se faça mais além do que já existe de acessibilidade.

ACESSIBILIDADE EM BOTUCATU

Para Paulo Fernando, Botucatu não é uma cidade que ajuda na acessibilidade por motivos físicos como a sua topografia de subidas e descidas. Mas os problemas vão além na sua visão como calçadas inadequadas, muitos prédios públicos e privados que ainda não são adaptados ou estão em readequação, falta de educação e conscientização, necessidade de se fazer campanhas educativas, porque segundo ele, a deficiência não é apenas para aquele que nasceu com uma necessidade especial, mas para, por exemplo, uma pessoa que pode adquiri-la no decorrer de sua vida como a que se adquire em um acidente de moto ou carro que reduz a mobilidade da pessoa que muitas vezes fica em uma cadeira de rodas.

“Uma forma que Botucatu pode melhorar é ampliar esse debate e encarar o problema de frente e não fazer muitas vezes campanhas difusas, esparsas ou esporádicas sem ter um objetivo concreto. A acessibilidade tem que ser uma campanha constante, afinal de contas, todos nós temos alguém ou nos tornaremos com o passar do tempo pessoas com a mobilidade reduzida, pois a expectativa de vida do brasileiro está crescendo e teremos um País de mais idosos. E nesse contexto, a acessibilidade não é privilegiada no Brasil. E Botucatu não foge disso”, argumentou.

Paulo Fernando salientou que sua participação teve apoio da professora Kika (Maria Cristina Pereira Lima – vice-diretora da Faculdade de Medicina), que teve a sensibilidade em enviá-lo como representante da FMB para se discutir o tema.

Segundo a Defensora Pública Renata Flores Tibyriçá, Coordenadora do Núcleo Especializado de Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência da Defensoria Pública, é preciso buscar a inserção contínua da pessoa com deficiência na educação. “Não podemos permitir que o acesso da pessoa com deficiência se restrinja ao ensino básico. É preciso lutar por ações afirmativas para inclusão dessas pessoas no ensino superior e dar condições para que o estudante complete seus estudos sem a obstrução de seus direitos”, avalia.

(Do Agência14News)

Redação 14 News

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