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Sem população dar esmola nas ruas, trabalho social teria maior eficácia

Botucatu realizou nesta sexta-feira (11) na uma campanha educativa com uma blitz para entregar folders visando orientar a população sobre a necessidade de não se dar esmola nas ruas para pedintes que ficam circulando nos bairros e no centro da cidade, esclarecendo que a população deve orientar essas pessoas a procurar o serviço social da cidade e assim terem um atendimento adequado.

“Nós fazemos blitze nas praças para trabalhar com essas pessoas que ficam nas ruas. Mas é comum também elas baterem nas casas pedindo, por isso da campanha é feita junto à população. Muitos deles dizem que preferem ficar nas ruas pedindo porque está mais fácil assim do que aceitar a ajuda do serviço social. Na Camim (Central de Atendimento ao Migrante, Itinerante e Mendicante) os técnicos encaminham essas pessoas para a área de saúde e documentação, mas muitos não aceitam essa ajuda social. Outros que chegam aqui dizem que não querem sair de Botucatu porque o povo é muito solidário, por isso preferem ficar na cidade visando uma subsistência através do pedido de esmola”, diz Neide Zonta, do serviço social de Botucatu e coordenadora da Camim.

Atualmente Botucatu tem 2 moradores de rua. São pessoas que ficam o tempo todo sem qualquer abrigo. Mas também existem 18 pessoas que têm família na cidade mas ficam perambulando pelas ruas. Um exemplo são pessoas que chegam na cidade para buscar trabalho e nesse tempo ficam nas ruas, por não aceitarem os benefícios oferecidos pela Camim.

“Se a população não desse esmola o número de pessoas estaria praticamente resolvido, pois os que estão hoje permanecendo nas ruas é porque acham mais fácil ter tudo de graça do que buscar um emprego por nós do serviço social e trabalhar. Eles preferem pedir. Por isso orientamos que não deem esmolas encaminhem essas pessoas ao nosso serviço que funciona 24 horas. São servidas 4 refeições por dia. É atendida uma média de 20 a 30 pessoas ao dia e 600 pessoas ao mês. É um trabalho que muitas vezes a população não conhece”, destaca Neide.

COMO FAZER

Se for abordado por um pedinte o cidadão deve encaminhá-lo à Rua Capitão Tito, 131, onde está o Camim, e depois de algum tempo esse serviço vai mudar para a Av. Paula Viera, 489, na Vila Ema, onde um imóvel será inaugurado. Se a pessoa não conseguir se localizar é possível pedir auxilio ao Camim no telefone 3882-8444 ou no 199 da Guarda Municipal.

TROCA POR ILÍCITO

“A esmola muitas vezes é encaminhada para outros fins. Até a marmita, roupa e dinheiro, eles trocam por um produto que eles queiram usar (como droga ou bebida). Dando esmolas , na verdade, você não está ajudando, mas contribuindo para que a pessoa permaneça mais na rua. No caso da pessoa não ser da cidade e houver o pedido de passagem a gente acompanha o momento do embarque porque às vezes trocam a passagem por outras coisas”, frisa Neide do serviço social.

MUDAR: DEPENDE DA PESSOA

“Nós encaminhamos para fazer a documentação, para o trabalho desde que eles queiram, porém sabemos que na rua eles acham mais fácil ficar do que trabalhar. Eles têm a voz e vez, então damos o apoio e ouvimos eles para saber a sua vontade. Esse é trabalho de formiguinha; costumo dizer que não é só de assistência, mas de insistência. Este ano tiramos 10 pessoas das ruas, mas quando se auxilia esse número aparecem mais 20 pessoas. Então é um trabalho continuo”.

VOCÊ DÁ ESMOLA?

O pintor residencial Vitor Zerbinato diz que costuma dar esmola. “Eu doo. A gente tem dó quando vê aquele que vai usar o dinheiro para alguma coisa mesmo e não aqueles que vão encher a cara ou malandro que vai usar droga”, disse.   Perguntado se conseguiria mudar sua forma preceder ele respondeu: “Vamos ver o que o coração vai falar na hora”.

O aposentado Dorivaldo Aparecido afirma que nunca deu esmola. “Nunca dei porque acho que se der vai estar contribuindo não só de alimentar (que fique na mesma situação), mas que usem drogas”, comentou.

(Do Agência14News).

Redação 14 News

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