A população esteve presente na audiência pública do transporte público de Botucatu na noite nesta terça-feira (30) na Câmara Municipal para discutir a quebra de contrato com as empresas e a qualidade do serviço que no ano passado apresentou problemas em várias linhas.
Para intermediar os debates esteve a vereadora Rose Ielo. Responderam às perguntas de vereadores e do público, os representantes das empresas Marcos Gomes (advogado da Stadtbus), Maria Raquel Uchoa (advogada da São Dimas), além do subsecretário da Secretaria Municipal de Transportes, Rodrigo Fumis e o Secretário Jurídico da Prefeitura, Júnior Cury.
Foi dito que a Stadtbus tem 25 ônibus com 3 reservas e a São Dimas 25 ônibus com 4 reservas. Os contratos com as empresas foram assinados em novembro de 2011 com validade inicial até 2021.
Um dos pontos discutidos é referente a São Dimas que após ganhar contrato foi vendida, mas como a “Reta Rápido” que depois a adquiriu não teria pago o valor combinado e assim a São Dimas assumiu de novo o contrato por meio judicial. Hoje, a São Dimas opera a Reta Rápido, mas sob nome “fantasia” de São Dimas.
Raquel admitiu falhas, mas na época em que a Reta Rápido era administrada pelos antigos gestores.
A briga judicial também envolveu o fato da “Reta Rápido” que havia assumido o contrato, deveria usar como acordado o nome São Francisco, mas permaneceu usando na época São Dimas, e somado a isso o serviço caiu de qualidade, quando a São Dimas reaviu o contrato. A venda de uma empresa mesmo que esteja oferecendo serviço no transporte municipal, segundo a empresa, é algo autorizado pelo contrato.
Também foi abordado que a circulação de passagens por mês gira em torno de 600 mil de viagens.
Sobre os problemas de quebra ou atrasos do ano passado, a advogado da Stadtbus justificou como investimento alto e erro de estratégia, negou ter havido falta de manutenção, citando que ocorreram casos suspeitos de sabotagem também no meio dessa crise do transporte.
Um ponto que ficou em dúvida é sobre um estudo feito desde o ano passado sobre reequilíbrio financeiro das empresas que poderiam estar tendo prejuízo no serviço, quando antes o prefeito Mario Pardini disse que não foi constatado esse problema no estudo, ao passo que na audiência desta terça-feira a informação prestada pelos secretários é esse relatório que ainda será divulgado.
As multas aplicadas desde o ano passado contra as empresas ainda não foram pagas, pois estão na fase de recurso.
Já quanto elevadores dos veículos, as empresas dizem que 100% estão funcionando.
A passageira Irinalda Ribeiro disse que motoristas não fazem todos os horários e “comem” linha após às 18h20 do Maria Luiza e Comerciários.
A falta de cobradores em várias linhas foi outro pedido dos usuários sendo que o contrato define essa regra que não está sendo cumprida. As empresas alegam que o motorista vai sozinho em horários com poucos passageiros.
O advogado da Stadtbus respondeu que considera ser possível ter duas empresas operando na cidade, pois isso é analisado por técnicos antes de assumir um contrato.
A integração que é feita para chegar ao destino mesmo pegando 2 ônibus, mas pagando única tarifa, foi colocado por participantes que pelo contrato todos deveriam ter o mesmo direito e não só quem tem o cartão de integração, pois quem paga em dinheiro, hoje arca com 2 passagens.
Quanto a pagamentos de impostos e repasse mensal que as empresas fazem à prefeitura, o secretário jurídico municipal diz que os valores estão em dia.
Irene Cardoso do Conselho de Transporte ponderou que o usuário deve ser ouvido, pois ele sabe o que existe de problema. Ela enalteceu a participação dessas pessoas no evento.
Houve de novo reclamação de atrasos, problemas de motorista ter que segurar cordinha que se soltou do teto e amarrando para-choque. Mas também teve único jovem que usa a linha Monte Mor elogiando a empresa.
Rodrigo da Semutran diz que apesar das reclamações é preciso ponderar se são 5 minutos ou mais de alteração quando há atrasos.
Teve passageira dizendo que com alteração das linhas do Maria Luiza ao Jd. Brasil, que agora o usuário troca de ônibus no centro, isso atrapalhou alunos do Joanna de Angelis que moram do outro lado da cidade. A prefeitura diz que a maioria não usava a linha como era antes e que a alteração para bairro – centro foi para evitar atrasos. Diz ainda que fiscais ficaram nos ônibus antes e depois da alteração.
As questões apontadas ficaram de ser cobradas pelos vereadores e pelo conselho de usuários em breve.
(Do Agencia14news)