Professores procuraram a reportagem do Agência14News depois que a Secretaria Municipal de Educação solicitou ao cartório eleitoral, que os funcionários não sejam convocados para trabalhar na eleição deste ano em Botucatu (SP).
O grupo de professores que vem pedindo melhorias para a categoria pediu que a postura fosse revista. “Sendo desejo pessoal, cada pessoa pedirá à justiça eleitoral sua dispensa. É nosso direito trabalhar na eleição e desejamos ser respeitados neste direito. Várias pessoas do grupo fizeram comentários, cheguei a perguntar à adjunta de Valdir (secretário), ela negou. Entretanto o pedido foi feito ao cartório eleitoral”, informou uma educadora.
Uma professora inclusive enviou uma carta ao cartório dizendo que manifesta a vontade de continuar com o trabalho nas eleições, posicionando-se contra a manifestação da Educação Municipal. As educadoras alegam que sempre trabalharam nas eleições e que não há perda de conteúdo aos alunos.
O chefe do cartório eleitoral, Igor Inácio, conformou à reportagem do Agência14News que foi protocolado um pedido pela Secretaria Municipal para a dispensa dos mesários que atuam na Educação.
PARECER DA JUSTIÇA ELEITORAL
“Considerando as peculiaridades das seções eleitorais e a complexidade das Eleições Gerais de 2018, será analisada a possibilidade de substituição. Hoje temos 98 mesários que são professores do Município. Cada um deles receberá 6 dias de folga se trabalhar nas Eleições”, informa Inácio.
IMPACTO NAS AULAS
Os dias de folga são referentes a cada dia de convocação pela Justiça Eleitoral que seguem:
1. Curso, treinamento e capacitação, são dois dias de folga;
2. Primeiro turno, mais dois dias de folga;
3. Segundo turno, se houver, mais dois dias de folga.
98 mesários x 6 dias = 588 dias de folga.
“Considerando que o ano letivo é de 200 dias, temos uma ausência de aproximadamente 3 professores por dia, todo dia, durante o ano letivo, descontando as horas da Eleição”, descreve o chefe do cartório.
“A cada 33 professores convocados para esta Eleição, temos a ausência de 1 professor por dia, todo o dia, durante um ano letivo. Como temos 98 mesários professores da Educação Municipal, são praticamente 03 faltas por dia, todo dia, durante 01 ano. Este é o pedido da Secretaria da Educação”, salienta.
QUAL DIREITO VALE MAIS?
“Se tivesse que ponderar pelo direito coletivo dos alunos e o direito individual de cada professor, para quem penderia? O que é razoável, assistir o direito de um professor ou de um grupo (uma sala de aula)? Pois no final da história os alunos serão prejudicados. Mas analisaremos seção por seção, local por local”, analisa Igor Inácio.
PREJUÍZO NA ELEIÇÃO?
Ele também responde se haverá prejuízo na seção eleitoral. “Via de regra temos mesários de reserva para substituir, mas existem algumas exceções, neste caso não teríamos condições de efetuar a alteração. Vencido este primeiro questionamento (se haverá prejuízo nas seções) é que iremos ponderar pelo direito dos alunos em ter aula ou o direito individual de cada professor em se voluntariar. A ideia é remanejar este julgo (o gozo dos dias de folga da Eleição) da Educação para os demais órgãos públicos e a iniciativa privada”, finaliza.
NOTA
Os professores depois encaminharam nota sobre o caso:
“Os professores mesários solicitam suas folgas e tem aval da direção escolar para tal, não deixam os alunos sem professores, pois são colocados professores substitutos com direcionamento de conteúdo (como nas faltas abonadas). Também esses dias não são obrigatoriamente tirados no decorrer do ano eleitoral. Poderiam, mas também podem ser adiados por anos a fio, não sendo obrigatório desconto imediato. Lembrar também que, além de professores, somos cidadãos, com direito de exercer a cidadania e a dedicação à Pátria. Lembrar principalnente que trabalhamos o domingo das 7h as 17h SEM PAGAMENTO, sendo nosso único abono, as folgas recebidas (2, por domingo)”.
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(do Agência14News)
