19 de abril de 2024
logo-14news.svg

Desde 2015 | A informação começa aqui!

Priscila Ronchetti faz relato emocionante sobre o filho autista

Olá! Nós, da “Associação Portas Azuis – Autismo em ação” temos hoje o relato de uma mãe, que foi uma das precursoras da associação!

“O Luigi, meu filho, foi muito desejado. Ele foi um bebê muito bonzinho e amado. Eu e meu marido já havíamos passado dos 38 e já tínhamos uma filha, 13 anos mais velha que ele. Ele era bastante esperto, mas demorou um pouco para começar a andar. Com um ano e meio ele aprendeu e depois não parou mais, andava para lá e para cá. A partir daí começou a ir para uma pré-escola. Percebia que ele não socializava, vivia no “mundinho de Luigi”, mas quando eu questionava a professora e a coordenadora, sempre me diziam: “Cada criança tem o seu tempo”.

Depois de um tempo, o meu filho, que gostava tanto de andar e correr com seu jeito desengonçado, voltou a engatinhar e agir como uma criança mais nova que ele. Ele estava regredindo, precisava de estímulo.

Depois de um ano e meio na mesma pré-escola, resolvi colocá-lo numa escola tradicional, com o intuito de ele ser mais estimulado. Após um mês na escola nova, fui chamada pela coordenadora e pela professora. Elas me aconselharam a colocar o Luigi na terapia ocupacional, e eu mal sabia do que se tratava.

No dia seguinte eu já marquei uma sessão e a terapeuta me explicou que o Luigi tem uma disfunção sensorial, que é quando o cérebro não interpreta corretamente as sensações do ambiente ou do próprio corpo (tato e audição, principalmente). Ali, muitas coisas se esclareceram na minha cabeça, como o fato de ele tampar os ouvidos com qualquer barulho levemente alto, por exemplo.

Chegando em casa, fui pesquisar sobre essa disfunção e todo lugar que pesquisei trazia alguma conexão com algo que jamais passou pela minha cabeça: autismo. Por algum motivo desconsiderei o fato de que talvez ele não pudesse ser autista e não dormi por noites pensando em tudo de ruim que poderia acontecer com ele. Só conseguia pensar no estereótipo de autista severo que tanto sofre preconceito, e como aquilo não fazia sentido para mim. Eu não queria que ele se encaixasse nesse estereótipo. Marquei uma consulta com um neuropediatra. Continuei sem dormir direito até chegar o dia da consulta, que confirmou o que eu morria de medo que fosse verdade: meu filho é autista.

O peso da verdade concreta foi extremamente difícil de carregar, mas ao mesmo tempo, aprendi que os meus instintos de mãe estavam certos, porque no fundo eu sabia que ele era diferente, por mais que me dissessem que não.

Ao acostumar com a notícia, comecei a ler e estudar muito sobre autismo. Aprendi que de forma alguma é algo ruim, e aquele medo que eu tinha não passava de um preconceito. Mas eu ainda sentia vontade de conversar com outras mães, queria uma rede de apoio, um lugar pra tirar dúvidas e compartilhar experiências. Procurei na minha cidade e não encontrei uma sequer. Decepcionada, comentei com a minha mãe, que eu havia achado um grupo de apoio à autistas e familiares numa cidade menor que a minha e que aqui não tinha nada. Então ela perguntou o porquê de eu não começar uma. Chamei ela de louca, pois isso seria impossível com a correria que a minha vida é.
Mas essa pergunta ficou na minha cabeça por dias e dias, e foi então que pensei que talvez o Luigi fosse uma ponte para que eu pudesse ajudar outras famílias. Quanto mais fui me acostumando com a ideia, mais fui conhecendo autistas e suas famílias, e qualquer um que eu conversava sobre o assunto conhecia um autista. 

Ao conversar com uma amiga muito próxima, descobri que uma pessoa chamada Luciano tentou algo do tipo em 2012, mas sem sucesso. Imediatamente entrei em contato com ele e resolvemos ir em frente com a ideia de montar uma associação. Em setembro de 2018 Procurei a APAE, peguei os contatos das famílias de autistas que lá frequentam, além de publicar nas redes sociais, e os convidei para uma reunião no dia 12 de setembro de 2018. Doze pessoas apareceram e, resolvemos convocar uma Assembleia Pública de Fundação, que aconteceu no Auditório La Salle no dia 3 de outubro de 2018. Hoje temos cento e três pessoas presentes, e assim nasceu a Associação Portas Azuis.” (Por Priscila Ronchetti)

Se você tem interesse em conhecer melhor e/ou participar da “Associação Portas Azuis – Autismo em Ação” e se tornar um membro entre em contato conosco!

Será um prazer tê-los conosco. A união faz a força!”

 

Contatos: (14) 99762-2928  
www.facebook.com/portasazuis 

associacaoportasazuis@gmail.com

 

 

 

Redação 14 News

Redação 14 News

Você pode gostar também

Fique informado

Receba nossas news em seu e-mail.

Publicidade

Mais recentes