O pesquisador Adalton Mazetti Fernandes do Centro de Raízes e Amidos Tropicais (CERAT) da Unesp de Botucatu (SP) teve um artigo publicado no Agronomy Journal, uma das revistas internacionais mais importantes da área agronômica. A pesquisa foi conduzida na Fazenda São Manuel da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA).
Com pouco nitrogênio, as plantas de batata-doce não crescem bem e têm baixo rendimento. Com excesso de nitrogênio, no entanto, aumenta o crescimento de folhas e galhos em detrimento das raízes de armazenamento. Isso também leva a baixos rendimentos.
“O gerenciamento cuidadoso dos níveis de nitrogênio no solo é essencial para obter altos rendimentos das culturas de batata-doce”, diz Adalton Fernandes, engenheiro agrônomo do Centro de Raízes Tropicais e Amidos da Unesp.
Fernandes é o principal autor de um novo estudo que determinou quanto de nitrogênio é necessário para maximizar a produtividade das culturas de batata-doce no Brasil.
Os pesquisadores descobriram que a história do solo importante quando se tenta aplicar a quantidade ideal de nitrogênio para as culturas de batata-doce. As plantas de cobertura cultivadas nas mesmas parcelas antes das culturas de batata-doce afetaram a quantidade de nitrogênio necessária.
As plantas de batata-doce cultivadas em parcelas anteriormente utilizadas para o cultivo de leguminosas necessitavam de 35% menos fertilizante de nitrogênio. Cultivar batata-doce depois de uma colheita de cobertura de cereais, no entanto, não foi diferente de cultivá-las em um terreno que anteriormente só tinha ervas daninhas.
“Mostramos que cultivar leguminosas de cobertura e incorporá-las ao solo enquanto florescem é uma técnica simples que pode reduzir a quantidade de nitrogênio mineral a ser aplicado na produção de batata doce”, diz Fernandes.
Culturas de cobertura são muitas vezes cultivadas ciclicamente com culturas econômicas ou comerciais. Eles podem ser incorporados no solo como adubo verde. Eles também podem ser deixados na superfície como coberturas vivas.
Diferentes culturas de cobertura trazem benefícios diferentes nesta relação. As leguminosas, por exemplo, podem aumentar os níveis de nitrogênio no solo. Bactérias benéficas em seus nódulos radiculares puxam o nitrogênio atmosférico para o solo. Mas eles também se decompõem mais rapidamente do que as culturas de cobertura de cereais, uma vez terminadas.
“Isso libera nitrogênio no solo mais cedo durante o ciclo de crescimento da batata doce”, diz Fernandes. “Precisávamos saber mais sobre como as diferentes culturas de cobertura afetam a disponibilidade de nitrogênio no solo para as colheitas de batata doce subsequentes”.
Fernandes e colegas usaram um local com uma boa combinação para as condições tropicais e solo arenoso típico de várias áreas onde a batata-doce é cultivada no Brasil.
Em diferentes parcelas, os pesquisadores cultivaram uma das duas leguminosas, uma cultura de cereais, ou permitiram que as ervas daninhas crescessem a partir de sementes já presentes no solo. Quando as culturas de leguminosas e coberturas de cereais estavam florescendo, elas foram terminadas. As plantas foram incorporadas no solo.
“Agora entendemos melhor o quanto de nitrogênio é necessário para maximizar a produção de batata-doce nas regiões tropicais”, diz Fernandes. “Isso ajudará a gerenciar a aplicação de fertilizantes nitrogenados minerais durante o cultivo de batata-doce”, aponta.
Além de maximizar os rendimentos, o uso de menos fertilizante também reduz os custos para os agricultores. Isso é especialmente importante no Brasil. Grande parte da safra de batata-doce é cultivada em fazendas familiares com baixo uso de tecnologia.
Fernandes agora está pareando outras espécies de leguminosas como culturas de cobertura. Ele está testando se eles podem ser mais eficientes no fornecimento de nitrogênio para as culturas de batata-doce. Ele também está explorando se a combinação de leguminosas e cereais como culturas de cobertura na mesma área pode fornecer benefícios diferentes aos agricultores de batata-doce.
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(com Assessoria de Imprensa)