O músico de Botucatu, Bruno Kayran, de 27 anos, um dos símbolos da luta contra o câncer e a favor do uso da fosfoetanolamina, só recebeu a substância depois de morrer. Sua irmã Nika Rodrigues divulgou nesta segunda-feira (23) a foto do produto que chegou em sua casa pelo correio. “É com muita tristeza que venho dizer. Chegou a fosfo. Brunão tá ai!!! Foi culpa desse governo maldito… Bando de mercenários”, comentou na página de sua rede social.
Kayran recebeu a pílula que tem sido usada pelas pessoas doentes para anular a ação das células cancerígenas três dias depois de ter sido sepultado em Botucatu.
A mãe do jovem, Ana Rosa Natale, técnica de enfermagem e moradora de Botucatu, ficou conhecida em todo o País depois de fazer uma greve de fome em frente à USP em São Carlos pedindo a substância para salvar o filho, mas a lista de espera era muito grande, e depois as liminares que obrigavam a USP a entregar a chamada “pilula do câncer” foram cassadas pelo Tribunal de Justiça. O argumento é que não existiam testes comprovando a eficácia da substância.
Ana Rosa Natale que lutou pelo filho atrás da substância e pelos cuidados intensos ao músico publicou em sua rede social a mensagem no dia do falecimento: “Meu filho, meu guerreiro, combateu o bom combate. Retirou-se para o descanso. Vai com Deus meu menino. Vai com Deus meu amor. Te amarei eternamente”.
O Governo Federal informou que criou um grupo de trabalho para pesquisar a fosfoetanolamina.
(Fotos: Divulgação)