25 de abril de 2024
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Mortos invadem o Municipal de Botucatu

Em poucas horas uma estranha epidemia se espalhou rapidamente pela cidade. Os infectados aparentam perder todas suas emoções e capacidade de raciocínio, e tomados por uma compulsão misteriosa passam a vagar pelas ruas em grandes grupos. Ao encontrarem pessoas não contaminadas, os “sem vida” assumem comportamento agressivo e buscam a todo custo devorar os que ainda não foram assimilados e perderam sua individualidade.

Refugiado em um depósito abandonado, um pequeno grupo de pessoas luta pela sua sobrevivência e procura entrar num acordo sobre qual seria o melhor caminho para preservarem suas vidas. Confinados e acuados, com suas vidas em jogo, do que podem ser capazes os seres humanos?
O conceito de mortos devoradores de vivos está presente na mitologia, no folclore e na literatura de inúmeras civilizações, do Draugr nórdico ao Jikininki japonês. São citados no mais antigo texto literário conhecido, a Epopeia de Gilgamesh, onde a deusa Ishtar proclama: “Destruirei os portões do Inframundo, (…) trarei os mortos para cima para se alimentarem dos vivos, e os mortos serão mais numerosos que os vivos!”.

Em 1968 o cineasta George Romero levou-os até o cinema com o filme “A Noite dos Mortos Vivos”, onde foram usados como metáfora de uma sociedade desumana, cada vez mais frenética em seu consumismo e cada vez mais isenta de sentido em suas ações, subsumidas pelo processo de massificação resultante da modernidade.

Através dessa metáfora a peça “Os mortos caminham lá fora” procura levantar reflexões sobre a individualidade e os rumos da sociedade moderna.
Para onde estamos indo? Quem são os mortos-vivos de nossa contemporaneidade? E qual é o fenômeno que, cada vez mais veloz, os torna assim? Haverá um lugar onde possamos escapar à assimilação de um sistema social que esgota a humanização do homem?

Nos últimos anos os zumbis invadiram a cultura pop através de jogos, séries de TV e filmes, com direito a encontros que reúnem milhares de participantes, as Zombie Walks. “Ficamos mais interessados em zumbis nos momentos em que, como cultura, nos sentimos impotentes. Quando vivenciamos uma crise econômica, a maioria da população se sente desestimulada. E simular um zumbi ou ver uma série como ‘The Walking Dead’ serve como uma válvula de escape para as pessoas” revela em seu doutorado a pesquisadora americana Sarah Lauro, professora da Universidade Clemson, na Carolina do Sul.

A peça foi escrita em 2004 por Robert Coelho, que também dirige o espetáculo. “Sempre curti muito filmes de zumbis e na época em que escrevi o texto ainda não tinha virado modinha o tema. Alguns filmes já tinham abordado o universo de uma maneira diferente e procurei trazer isso para o teatro. Chegamos a ensaiar e quase levantar o espetáculo todo, mas infelizmente tivemos que cancelar tudo por motivos de agendas e compromissos do elenco com vestibular e trabalho.”, revela o diretor.

“Este é o segundo espetáculo que realizamos este ano para levantar fundos para a Associação Teatral Notívagos Burlescos. O primeiro foi a remontagem de Dorotéia e os Farsantes e ainda teremos mais um, Vida Imbecil, que deve estrear em Outubro.”

Em função do formato de arena em que a peça foi montada, apenas 100 ingressos estarão disponíveis para a apresentação. “A plateia estará dispostas dos dois lados do espaço cênico, formando um grande corredor. A ideia foi criar essa atmosfera claustrofóbica em que os personagens se encontram, escondidos nesse depósito, tornando tudo mais intimista.”, explica Robert.

OS MORTOS CAMINHAM LÁ FORA
Dia: 30 de setembro
Horário: 20h30
Local: Teatro Municipal Camillo Fernandez Dinucci
Elenco: Anderson Almeida, Bruna Stamponi, Danilo Batista, Dja Deise, Marcelo Magalhães e Sulamita Michenin.
Texto e Direção: Robert Coelho
Figurinos: Amanda Angelo
Contra regra: Matheus Pessoa
Ingressos: R$ 20,00 (Inteira) – R$ 10,00 (Meia)

Redação 14 News

Redação 14 News

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