Faleceu nessa quarta-feira (17) em São Paulo o botucatuense Júnior Torres de Castro. Ele era o único a ter um satélite particular em órbita e que enviava em diversas linguas mensagens de paz com objetos também educacionais para difundir a astronomia.
A carreira do engenheiro, físico, pesquisador e rádio amador começou em Botucatu, onde seu pai foi diretor dos Correios e Telégrafos. Júnior teve reconhecimento mundial por ter sido o iniciador dos pequenos satélites e lançou o seu “tijolinho” como dizia, da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa em 21 de janeiro de 2000.
O Dove-Oscar 17 ficou em operação de 2000 a 2008, mas segundo alguns radioamadores, tem transmitido mensagens quando suas cansadas baterias se recarregam.
Em 21 de janeiro de 2017 o Pólo Astronômico Cuesta de Botucatu e a Sociedade Amigos do Lavapés prestaram homenagem com um diploma de Honra ao Mérito.
“Descanse em paz, meu amigo”, comentou Sérgio Marques, professor aposentado e divulgador da astronomia em Botucatu.
O enterro será nesta quinta-feira (18) no cemitério Getsêmani.
Veja algumas entrevistas:
MAIS – O Dove-OSCAR 17 (Digital Orbiting Voice Encoder) ou DO 17, foi o primeiro satélite radioamador brasileiro, lançado em 22 de janeiro de 1990 em um foguete Ariane 40 H10, lançado a partir do Centro Espacial de Kourou, localizado na Guiana Francesa.
O satélite foi um projeto desenvolvido pelo radioamador brasileiro Junior Torres de Castro (PY2BJO), um paulista de Botucatu. Seu mérito foi ter construído, com recursos próprios, o primeiro satélite artificial radiamador brasileiro, com fins educacionais e humanitários. Por esse e outros feitos, ele foi um dos poucos brasileiros que teve o nome inserido na galeria dos nomeados para o Prêmio Nobel da Paz.[1] “DOVE” significa pomba em inglês.
O Dove-OSCAR 17, foi um microssatélite da série AMSAT (também conhecido como BRAMSAT no Brasil, atual AMSAT-BR). Possuía o formato de um paralelepípedo de 21 × 23 × 23 centímetros, 16 pequenos painéis solares, 5 antenas de telemetria e um sintetizador de voz digital denominado “Digital Orbiting Voice Encoder” (abreviado como DOVE), projetado para emitir mensagens de telemetria para instituições educacionais.[2] O satélite tinha uma massa total de 12,92 kg.
O satélite foi posto em órbita no primeiro voo do Ariane 40 H10, como uma das cargas secundárias do lançamento do satélite SPOT-2, em uma órbita baixa e hélio-síncrona de 780 km altitude e 98 graus de inclinação.[2]
MISSÃO
Sua missão primária foi prover um sinal de áudio em FM para recepção por instituições educacionais. A telemetria, em frequência distinta, ocorria a 1.200 bauds no formato AFSK AX.25, decodificado com receptores e TNCs muito populares entre os radioamadores.[3]
O satélite operou até março de 1998, quando devido a uma falha em sua bateria, parou de transmitir dados de telemetria. Entretanto, o mesmo possuí painéis solares ainda funcionais, e quando estes estão alinhados ao sol, o satélite volta a transmitir dados de telemetria.
Veja fotos os vídeos sobre o tema aqui.
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(do Agência14News com Sérgio Marques, Google, Wikipédia e vídeos de João Roberto Gândara e )