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Idoso de 92 anos vai ao hospital com agendamento e acaba liberado após 11 horas por falta de leito

EAos 92 anos, o aposentado Lázaro Nunes Falcão foi levado pela família até o Hospital das Clínicas de Botucatu com um agendamento nas mãos, mas depois de 11 horas de espera foi liberado por falta de leito. Essa é a reclamação da família que tentou atendimento ao idoso pela segunda vez em menos de 15 dias, mas teve que voltar para casa sem resolver o problema.

Segundo a filha do idoso, Luciana Nunes Meneguin, na primeira vez a espera foi de 17 horas. Na oportunidade ele ficou internado duas semanas onde foi diagnosticado um problema de pedra na vesícula. A equipe médica pediu que voltasse dias depois já que a pedra era muito grande, por isso agora ele retornou com agendamento, mas o paciente ficou das 7h da manhã às 18h aguardando, sem informações do porquê da demora, de acordo com os familiares.

“Pergunta-se para um e fala que não sabe informar. Na enfermaria também não sabiam; ninguém sabe de nada. Fui na Ouvidoria, mas só ouvem. Está tudo empacotado, é um depósito de gente. Está desumano. A nossa saúde está uma porcaria. O médico simplesmente olhou na minha cara e disse: pode levar seu pai embora. Perguntei o que eu faria com ele em casa. Ele respondeu que era para ele voltar dia 17 e se piorar antes vou ter que voltar no PS e começar na estaca zero. Vou até as últimas consequência com isso, pois para mim, chega”, critica Luciana.

 

QUAL O PROBLEMA?

Luciana é da área da saúde e atua como técnica de enfermagem também na rede pública e analisa o problema. “Falaram apenas que não tinha leito. Subi até a Gastro mas tinha 9 (vazios). Mas falaram que estavam esperando gente chegar. As camas estavam sem lençol. Isso é esperar paciente? Trabalho na área da saúde e sei que não é assim que funciona. Para mim é falta de vontade”, disse.

 

MEDO DO PIOR

“Meu pai estava parecendo uma esponja de lavar louça de tão amarelo ele estava. E se ele morrer em casa? Se ele ficar abandonado em casa vão denunciar. Mas quem vai denunciar esse povo daqui que está deixando todo mundo morrendo e a mercê? É duro ver meu pai o dia inteiro em uma fralda e sem ter onde se trocar. Nossos direitos humanos não têm nada de humano. Onde iria trocá-lo? Não tem lugar. Na frente de todo mundo?”, afirma Luciana.

Ela continua. “A gente não quer punir ninguém. Os médicos são excelentes. Mas a Unesp não tem comunicação. A gente vai perguntar se vai demorar e a resposta é: não sei. Hoje é tudo computadorizado, mas mesmo assim não tem comunicação. Eles não falam e não olham na sua cara; se olham é para dar risada da nossa cara”.

Luciana ainda diz que agora recebeu uma carta de internação para os próximos dias. Uma outra familiar de paciente também contou para Luciana que voltou para Jaú porque não conseguiu atendimento a um familiar em Botucatu. “Todos sabem o que está acontecendo, mas ninguém tem coragem de falar. Veja se um diretor traz um parente aqui. O que fizeram para o meu pai aqui é um crime, mas ninguém será punido”. 

Além de ter procurado a Ouvidoria do HC, Luciana vai fazer boletim de ocorrência contra o hospital.

 

EXPLICAÇÃO 

A assessoria de imprensa do HC foi procurada. A resposta foi a seguinte:

“A Superintendência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) informa que o paciente senhor Lázaro Nunes foi convocado para uma cirurgia eletiva (previamente agendada). No entanto, em função da falta de leitos no dia de hoje, 7 de fevereiro, o procedimento precisou ser adiado sem prejuízos futuros ao paciente”.

 

OUTRA PACIENTE

Depois da publicação da reportagem o site recebeu o vídeo de Maria Aparecida, que é mãe do paciente Rogério Aparecido de Paula que veio de Jaú. “Ele faz tratamento aqui. Em algumas alas do hospital ele foi muito bem atendido, acolhido e tratado. Mas é a quinta vez que jogam ele de um lado para o outro. Ele está com 75% do coração entupido, já fez vários tipos de exames e o negócio dele é uma angioplastia, que ele precisa ser feita. Não sei se não querem fazer, ou se não tem mais solução, mas eles não falam o correto. Eu preciso de uma solução, pois estou desde às 6h30 (até a tarde). Eu moro em Jaú e ele precisa fazer hemodiálise amanhã em Jaú e nada de resultado de saber. Minha ambulância foi embora e estamos sem almoço”, disse na quarta-feira (08) a moradora de Jaú.

 

SUPERINTENDENTE

O recém empossado na direção do HC, André Balbi falou na manhã desta quarta-feira (8) na Rádio Municipalista quando pediu desculpas pelo ocorrido e prometeu mudanças com relação aos casos relatados.

(Do Agência14News).

Redação 14 News

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