Após os trabalhadores da Reta Rápido Transportes ter anunciado greve para terça-feira, 10/6, uma audiência foi agendada na justiça do trabalho, segundo anunciou em nota a empresa.
NOTA À IMPRENSA – Botucatu, 9 de junho de 2025:
“A Reta Rápido Transportes Ltda informa que, em continuidade às tratativas mantidas com o Sindicato da categoria, foi designada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região uma audiência de conciliação para a próxima sexta-feira, 13 de junho, às 15h. Na ocasião, as partes poderão formalizar as cláusulas do novo Acordo Coletivo de Trabalho”.
“Diante da continuidade das negociações e da mediação em curso pela Justiça do Trabalho, a empresa reforça que qualquer paralisação ou movimento grevista antes da audiência poderá ser considerado ilegal. Assim, a Reta Rápido solicita que todos os colaboradores compareçam normalmente aos seus postos de trabalho nesta terça-feira, 10 de junho”. (Reta Rápido Transportes Ltda).
Manifestação dos trabalhadores:

A reportagem esteve no terminal urbano nesta segunda-feira. Os passageiros estavam apreensivos com a possibilidade de paralisação.
A prefeitura informou que está acompanhando as negociações e montou um plano de contenção para minimizar os impactos de uma possível greve.
Veja as linhas de cada empresa:
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PT EMITIU NOTA SOBRE O CASO
Manifestação Pública em Apoio aos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Botucatu.
A greve anunciada pelos trabalhadores da empresa Reta Rápido, que operam o transporte coletivo em Botucatu, não é apenas um movimento legítimo por melhores condições de trabalho — é um grito por respeito, dignidade e justiça social. É o reflexo direto de um modelo de gestão que despreza o diálogo, marginaliza os trabalhadores e trata o serviço público como mercadoria.
Estamos ao lado dos motoristas, cobradores e demais funcionários que, dia após dia, carregam o peso do transporte urbano em nossa cidade, muitas vezes sem reconhecimento ou valorização à altura da responsabilidade que assumem. Esses trabalhadores não cruzam os braços por luxo ou capricho. O fazem porque foram levados ao limite. Porque, enquanto o custo de vida sobe, o salário estagna. Porque, mesmo diante de reajustes pífios e promessas vazias, o poder público fecha os olhos e se alinha com os interesses da empresa, não com os da classe trabalhadora.
E não é só no tratamento aos trabalhadores que o sistema falha. A população de Botucatu sofre diariamente com uma frota envelhecida, defasada, muitas vezes insegura e desconfortável. A escala de horários é mal planejada, ineficiente e frequentemente descumprida, deixando as pessoas “na mão” — esperando em pontos descobertos, sob sol ou chuva, sem qualquer previsibilidade. Essa realidade penaliza especialmente quem mais depende do transporte público: os trabalhadores, estudantes, idosos, pessoas com deficiência e moradores das periferias.
É importante dizer com clareza: o arrocho salarial, o descaso com a qualidade do serviço e a ausência de diálogo com a categoria são práticas sistemáticas e avalizadas pela atual administração municipal, a mesma que recentemente impôs ao funcionalismo um reajuste muito abaixo das perdas inflacionárias acumuladas, ignorando as vozes de professores, profissionais da saúde, servidores da limpeza, entre outros que mantêm a cidade funcionando.
Essa gestão trata a cidade como negócio, o povo como número, e os trabalhadores como obstáculo. Privatiza, terceiriza, sucateia e silencia. Nós dizemos: basta.
Nossa visão é radicalmente oposta. Defendemos um transporte público 100% gratuito, moderno, acessível, confortável e seguro, como direito de toda a população, e não como concessão ou favor de quem governa. E isso só será possível se começarmos por valorizar quem faz esse sistema existir: os trabalhadores e trabalhadoras.
Ao lado de um novo projeto de cidade, estamos construindo também um novo projeto de sociedade. Um projeto onde o transporte público é instrumento de inclusão, e onde os direitos trabalhistas não são negociados como mercadoria de segunda categoria. Um projeto onde o povo não é deixado esperando no ponto — é ouvido, respeitado e priorizado.
Toda solidariedade aos trabalhadores do transporte coletivo. Sua luta é legítima. Sua luta é a nossa. E dela nascerá a cidade mais justa que queremos construir: com o povo, para o povo e pelos direitos de quem vive do próprio trabalho. (Domingos Neves é Secretário Geral do PT de Botucatu, candidato à presidência do PT na cidade).