O professor norte-americano de Neurociências e Anatomia, Prof. Russel Reiter, estará no Instituto de Biociências da Unesp Botucatu nos dias 13 e 14 de novembro. Ele é uma das principais referências mundiais em pesquisa com melatonina, hormônio secretado naturalmente pela glândula pineal, localizada na parte posterior do cérebro – região do epitálamo, e na qual uma de suas funções básicas é a indução ao sono. Além disso, a melatonina têm propriedades celulares importantes atuando como um poderoso agente antioxidante, anti-inflamatório e antitumoral.
No dia 13, Reiter participará de discussões científicas envolvendo os aspectos básicos e aplicados da melatonina. O encontro, que acontece durante parte da disciplina de tópicos especiais em Melatonina, será voltado aos alunos de pós-graduação da Unesp. Já no dia 14, o pesquisador conduzirá a palestra “Melatonina: significado funcional para a fisiologia celular ideal”. Ela está agendada para às 15 horas, no Espaço IB Eventos, e é aberta a todos interessados no assunto.
Relógio biológico
Segundo o Prof. Luiz Gustavo Chuffa, do Departamento de Anatomia do IBB, e que mantém parceria em pesquisas com Russel Reiter, trata-se de uma oportunidade para conhecer e discutir sobre todos os mecanismos que envolvem a produção de melatonina na célula animal e vegetal. A substância, inclusive, já foi sintetizada pela indústria farmacêutica e é comercializada nos Estados Unidos e alguns países da Europa.
O docente explica ainda que, por mais que a melatonina seja bem tolerada pelo organismo, é preciso recomendação médica para atestar se há realmente a necessidade de suplementação e a quantidade a ser ingerida por noite. Por se tratar de um agente produzido endogenamente pelo organismo, este neuro-hormônio não é patenteável.
“Trata-se de uma temática atual e permanente uma vez que vivemos numa rotina visceral do mundo moderno, e que exige do ser humano um esforço em ficar acordado muitas vezes diante da luminosidade (nossos ancestrais tinham o relógio biológico bem ajustado com o dia e a noite, porém, atualmente, estamos perdendo o contato com a luz solar do dia e ficando mais exposto à luz branca/ LED, durante a noite). Já perdemos há bastante tempo o primeiro pico noturno da produção do hormônio protetor de todas as células – a melatonina”, argumenta.
“Mudanças de hábito e mesmo a imposição de rotina de trabalho como, por exemplo, a troca de turnos, já mostraram alterações na produção de melatonina associado à severas comorbidades. As responsabilidades no trabalho, estudos, ou mesmo os afazeres envolvendo a casa e a família, aliado à dependência de certas tecnologias, como o uso de celulares e televisores exigem demais do nosso cérebro, que nunca desliga e deixa de produzir quantidade desejáveis de melatonina noturna. Em face a este e outros prejuízos, está cada vez mais comum depararmos com pessoas com distúrbios do sono, síndromes metabólicas, síndrome alimentar noturna, distúrbios neurocomportamentais, entre outros ”, complementa Chuffa.
Sobre Russel Reiter
O Prof Russel Reiter é formado em Biologia e especialista nos aspectos protetores da melatonina relacionado ao estresse oxidativo nas diferentes doenças e no envelhecimento. Iniciou seus trabalhos pouco tempo depois da caracterização da molécula da melatonina em 1958, pelo dermatologista norte-americano Aaron Lerner.
Foi fundador do Journal of Pineal Research, maior periódico científico no assunto, com mais de 1.600 artigos publicados. Também é autor do livro Melatonin: Your Body's Natural Wonder Drug (Melatonina: a droga maravilhosa que o seu corpo produz, na tradução literal), lançado nos Estados Unidos em 1995. Hoje, com mais de 70 anos, é professor na Universidade de Ciências da Saúde em San Antonio, Texas (EUA).
(com assessoria)