Quem chega à Botucatu pela rodovia João Hipólito Martins (Castelinho) comprova a necessidade de melhorar a distribuição do fluxo de veículos que hoje é bastante confuso na região. A solução definitiva para o problema começa a ser viabilizada pela Prefeitura com a preparação do local para construção de uma rotatória na confluência da Avenida José Pedretti Netto e da Rua Emílio Cani, nas proximidades do recinto JVC Eventos.
Além de oferecer mais segurança e conforto aos motoristas e pedestres que circulam pela região, o projeto desenvolvido também prestará homenagem a um dos maiores nomes da arquitetura brasileira: o urbanista botucatuense Oswaldo Bratke.
A proposta contempla a construção de uma grande rotatória que disciplinará o trânsito e o acesso para bairros em expansão como a Vila Assumpção, Cecap e Vila São Benedito. A obra permitirá o alargamento da Rua Emílio Cani modernizando o acesso a equipamentos importantes como a Incubadora de Empresas, a UNITE (Universidade do Trabalhador e do Empreendedor), ao futuro Hospital da Unimed e à futura unidade do Supermercado Confiança, que se encontra em construção. O novo dispositivo de segurança também permitirá acesso mais rápido e seguro ao Pronto Socorro Municipal, na Rua Joaquim Lyra Brandão.
Além da rotatória, o projeto prevê a construção do chamado “Memorial Oswaldo Bratke”, que inclui a confecção de um pórtico com estrutura metálica em aço, além de chafariz e espelho d´água. O projeto, de autoria de Carlos Bratke (filho de Oswaldo) foi doado à Prefeitura. A execução da obra foi viabilizada com recursos obtidos junto a três deputados federais – Otoniel Lima (PRB), Mara Gabrilli (PSDB) e Eli Correa Filho (DEM) – no valor total de R$ 883.800,00. A empresa Ricardo Tortorella, vencedora do processo licitatório, ficará responsável pela execução da obra. O prazo firmado em contrato para conclusão dos serviços é de 120 dias.
Equipes da Secretaria de Obras trabalham na retirada de parte do alambrado e reconformação do talude em uma parte do terreno do recinto JVC que permitirá alargar em 4 metros a Rua Emílio Cani. O trecho da Castelinho na entrada da Cidade, ganhará terceira pista em ambos os lados. Executada a terraplanagem, a empresa contratada poderá iniciar os serviços no local. A CPFL já foi acionada para fazer o realinhamento dos postes.
“O trânsito hoje é muito caótico para quem quer sair da Emílio Cani, pegar a Castelinho e acessar a Marechal Rondon. Com a nova rotatória o fluxo será todo disciplinado. Nossa Ideia é finalizar a obra no prazo de dois meses. Mas em um mês já será possível perceber grandes mudanças com execução de guias e novo redirecionamento do fluxo para o usuário. Em algum momento serão necessárias interdições parciais na pista, que iremos definir em conjunto com a Secretaria de Mobilidade Urbana. Nosso planejamento é causar o menor transtorno possível aos usuários”, informa o secretário de Obras, Rafael Athanazio
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Oswaldo Bratke – Nasceu em Botucatu, no ano de 1907 e faleceu em São Paulo, em 1997. Arquiteto, urbanista. Ingressa no curso de engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1926, e ainda estudante abre um escritório com colegas de turma. Em 1930, recebe a medalha de ouro na Seção Universitária do 4º Congresso Pan-Americano de Arquitetura do Rio de Janeiro, e ganha o concurso do projeto para o Viaduto Boa Vista, em São Paulo.
Dois anos depois de se formar engenheiro-arquiteto, em 1933, abre escritório com o colega Carlos Botti. Na década de 1930, a dupla projeta e constrói mais de 400 residências nos estilos ecléticos em voga. A partir de 1940, Bratke se envolve na urbanização do Jardim do Embaixador, em Campos do Jordão, São Paulo, onde projeta um bar e restaurante, algumas residências e o Grande Hotel Campos do Jordão. Trabalha em São Vicente, São Paulo, na urbanização da Ilha Porchat, em 1942.
Progressivamente se distancia do canteiro de obras, concentrando-se em projetos residenciais – ao mesmo tempo que passa a buscar soluções formais modernas. Nessa década projeta alguns edifícios em São Paulo, entre os quais o Jaçatuba (1942), e o ABC (1949) – um dos primeiros prédios em altura a adotar a curtain-wall.1 Em visita à costa oeste dos Estados Unidos, em 1948, conhece as obras de Richard Neutra (1892-1970) e Frank Lloyd Wright (1867-1959), e tem sua casa-ateliê da rua Avanhandava, de 1947, publicada na Arts & Architecture, periódico californiano que promove a arquitetura moderna internacional.
Em 1950, trabalha na urbanização do bairro Paineiras, no Morumbi, onde projeta inúmeras residências, entre as quais a sua, em 1951 (menção especial na Exposição Internacional de Arquitetura da 1ª Bienal Internacional de São Paulo), e a do amigo Oscar Americano, em 1952 – casas que se tornam famosas pela utilização de coberturas planas e pela incorporação da paisagem na construção através de vazios, pérgulas e elementos vazados.
É eleito presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo (IAB/SP) por duas gestões, de 1951 até 1954, ano em que participa do júri de arquitetura da 2ª Bienal Internacional de São Paulo, e do 4º Congresso Brasileiro de Arquitetos. Torna-se membro da comissão do 4º Centenário de São Paulo. Uma nova fase na sua carreira surge quando é contratado pela Indústria e Comércio de Minérios S.A. (Icomi) para desenvolver o projeto de dois núcleos urbanos no Amapá, em 1955.
Durante cinco anos projeta os planos urbanos, as residências e todos os equipamentos necessários para as vilas de Serra do Navio e Amazonas – estudando os costumes locais, estabelecendo pequenas oficinas de elementos construtivos e desenhando mobiliários e objetos. Após o fim do contrato com a Icomi, continua com o escritório e participa de várias comissões julgadoras de concursos, entre eles o do Paço de Santo André, 1965. Nesse ano, ganha uma sala especial na 8ª Bienal Internacional de São Paulo, e em 1987 é homenageado com uma exposição de sua obra no (IAB/SP) pelos 80 anos de vida.
Nas décadas de 1960, 1970 e 1980 se concentra em consultorias em planejamento urbano, além de projetar os planos de urbanização de bairros novos no Morumbi e conceber o plano piloto de Vila Santana e Porto Grande, no Amapá. Aos 89 anos, é homenageado na 2ª Bienal Internacional de Arquitetura do Brasil, em Salvador, em 1996.
Fonte: Assessoria de Imprensa/Prefeitura de Botucatu