Dez casos de mortes de bebês de zero ano levantados em notas funerárias, no período de 1 mês, informação trazida com exclusividade pelo site Agência14News e Rádio Municipalista, continuou repercutindo em Botucatu (SP) com a manifestação de mães, ex-gestantes e também em nota pelo Hospital das Clínicas de Botucatu da Faculdade de Medicina da Unesp.
Depois dessa informação vir à tona, dezenas de mães começaram a comentar o assunto na Fan Page da rádio e do site, sendo que a maioria – cerca de 80% – reclama da insistência em partos naturais mesmo quando se trata de gestações com algum risco ou em que a mãe está, por exemplo, com pressão alta. Já uma minoria relatou que apesar da demora por se tratar de um hospital público também se teve experiências positivas na maternidade da Unesp com crianças nascendo sadias.
Perdeu o bebê – Uma das pessoas que enfrentou o problema e se dispôs a falar com a reportagem foi a comerciante Gislaine Adriana Monteiro que perdeu o filho, segundo ela conta, em uma gestação programada e sem risco, mas que teve complicações no parto. Relata que ficou 12 horas em contrações, chegou a pedir ajuda médica, sendo informada que estava tudo bem, mas ocorreu que o mecônio (fezes do bebê) foi para os pulmões, levando-o à morte alguns dias depois. Ela entrou com ação contra a Unesp e o juiz deu ganho de causa em primeira instância anotando que a morte “foi decorrente da falha na prestação de serviços médicos durante o parto, já que o cumprimento do dever de vigilância poderia ter evitado o óbito”. Sobre isso, a Unesp informou que “o processo corre em nosso jurídico. O HCFMB não vai comentar o caso”. Gislaine tem uma página em rede social que após mostrar o seu caso passou a receber casos denunciando erros médicos em todo o Brasil.
Nota do HC sobre a reportagem das mortes dos bebês:
“O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) esclarece as questões abordadas pela Rádio Municipalista no último sábado, e colocadas na matéria do site botucatuense Agência 14 News, de título “Em menos de um mês, Botucatu registrou dez mortes de crianças de zero ano, aponta levantamento”.
O HCFMB informa que os dados apurados pela reportagem, baseados em notas funerárias, não condizem com a realidade do nosso Hospital. A Maternidade do HCFMB é um serviço de alta complexidade, que atende 68 municípios da nossa região, recebendo diariamente casos graves, como gestação de alto risco, prematuros extremos, má formação fetal e doenças maternas graves.
Os números citados na reportagem não demonstram aumento no número de óbitos neonatais do HCFMB: no ano de 2017, foram registrados uma média de 6 óbitos fetais/mês, sendo a mesma média apresentada neste primeiro semestre de 2018. É importante ressaltar que há diferença entre óbitos fetais e óbitos neonatais precoces (0 a 7 dias de nascimento), o que não é citado pelos dados coletados pela reportagem.
O HCFMB faz parte da Comissão Estadual de Mortalidade Materna, Infantil e Fetal, que analisa e apura todos os óbitos maternos, fetais e infantis ocorridos em nosso Hospital. O comitê conta com representantes municipais, estaduais e do próprio HC, que estudam caso a caso, com o intuito de investigar os óbitos maternos, infantis e fetais segundo critérios estabelecidos de acordo com a realidade.
O HCFMB reitera que trabalha com foco no atendimento de excelência ao paciente, e busca sempre aprimorar e melhorar seu atendimento, em qualquer serviço” – Atenciosamente – Assessoria de Imprensa do HCFMB.
O site continua acompanhando os casos para entender o motivo da maioria das gestantes que postaram as suas histórias continuarem reclamando do risco que dizem ter corrido, com a perdas de seus bebês, segundo elas, devido a uma insitência nos partos normais.
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(do Agência14News)
