Como é tradicional no Poder Legislativo botucatuense, a sessão plenária na semana do aniversário da cidade foi comemorativa e realizada em conjunto com a Academia Botucatuense de Letras (ABL).
Para celebrar os 168 anos de Botucatu, desta vez a Câmara recebeu uma apresentação musical da Orquestra Filarmônica e da Orquestra de Viola e Violão do Instituto de Biociências da Unesp, que executaram o Hino Nacional, a Canção Oficial do Município e músicas de Angelino de Oliveira; e uma apresentação teatral do grupo Ybytucatu das Antigas, que encenou um resgate histórico sobre como surgiu a “Vila de Botucatu”.
O momento festivo ainda contou com um discurso da vereadora Alessandra Lucchesi (PSDB), que falou em nome do Legislativo, e com saudações do presidente da Câmara, vereador Cula (PSDB), do presidente da ABL, Newton Colenci, e do vice-prefeito André Peres, que representou o Poder Executivo.
Ordem do Dia
O plenário ainda apreciou dois projetos em pauta na noite de 10 de abril. Ambas as matérias eram de autoria do Prefeito e foram aprovadas.
Em sessão ordinária, foi debatido e votado o projeto de lei complementar 7/2023, que altera o artigo 10 da legislação que define as regras para realização de programas de parcerias público-privadas (Lei Complementar 1.124/2014), autorizando a vinculação das receitas advindas da Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública em contratos de parceria público-privadas – as chamadas PPPs – que contemplem a prestação do serviço público de iluminação pública.
Como líder do prefeito, o vereador Silvio (Republicanos) subiu à tribuna para defender a proposta, em um momento que chama de “Silvio Explica”. Assim, ele explicou que o projeto vai pavimentar o caminho para a possibilidade de estabelecimento futuro de PPPs no serviço de iluminação pública. Ainda detalhou que hoje Botucatu arrecada cerca de R$ 1,1 a R$ 1,2 milhão mensais com a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP). Paga pelo contribuinte, a CIP permite que o município subsidie manutenções, serviços, a própria energia elétrica utilizada nos espaços públicos e investimentos na rede.
“O que realmente interessa e esperamos é que tenhamos melhorias reais e contínuas nos serviços de iluminação pública. O desdobramento do projeto é a possibilidade de PPPs, que possam trazer, por exemplo, iluminação 100% de LED, usinas de geração de energia fotovoltaica e cabos de fibras óticas que possibilitem uma cidade inteligente. Então, é uma preparação para o futuro”, disse.
Em seguida, a vereadora Rose (PDT) se mostrou preocupada em votar o projeto, pois segundo ela seria emitir um cheque em branco para deixar recursos públicos disponíveis para uma futura e hipotética PPP. “Uma parceria público-privada que não se sabe como será feita e normalmente dura mais de dez anos, sendo que estes investimentos já deveriam ser feitos pelo próprio poder público que arrecada o imposto da população”, afirmou.
Ela ainda disse que faltam informações sobre a situação atual do parque de iluminação pública, o que foi feito, o que falta fazer, porque a prefeitura não está fazendo ou, se está fazendo, qual é a dificuldade. “É uma situação delicada com o dinheiro público”, completou.
Para encerrar a discussão, os vereadores Palhinha (União) e Sargento Laudo (PSDB) argumentaram favoravelmente ao projeto. O primeiro se disse tranquilo para votar, pois “quando uma empresa vier para uma PPP, vamos votar pelo melhor para a cidade”; já o segundo focou na defesa do modelo de parceria público-privada.
Ao final, o projeto foi aprovado com dez votos e uma abstenção da vereadora Rose Ielo.
Já na sessão extraordinária, foi aprovado por unanimidade o projeto de lei 25/2023, que autorizou o aumento do subsídio municipal na tarifa do transporte coletivo, de modo a preservar o valor atual da tarifa cobrada do usuário do serviço público.
Mais uma vez em tribuna, o vereador Silvio explicou os números por trás do projeto: para manter o valor de R$ 3,55 na tarifa para o usuário, a partir de maio o subsídio municipal aumenta de R$ 0,90 para R$ 1,71 por bilhete, já que o valor real da tarifa subiu de R$ 4,70 para R$ 5,60 devido ao reajuste obrigatório contratual que aconteceu no último mês de novembro.