A Dise – Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes de Botucatu apreendeu 2.700 kg de crack e 1kg de cocaína em uma chácara do Rio Bonito, em Botucatu. A ação ocorreu no final da tarde desta quinta-feira (14).
De acordo com a polícia, o suspeito estava com um celular no qual usava o aplicativo de conversa online, WhatsApp, com um grupo chamado “Imprevistos da Rua”, onde criminosos trocavam informações das ações da polícia na rua.
De acordo com a DISE, muitas mensagens avisavam que alguma abordagem estava sendo feita ou que uma viatura se aproximava de alguma rua.
Cleber Henrique da Cunha, de 26 anos, conhecido como Ita, foi preso quando retirava a droga de uma chácara. Ele foi levado à Dise e depois preso na cadeia de Itatinga.
“Nós fomos surpreendidos quando vimos que no celular dele havia um grupo de WhatsApp atento à toda movimentação pela cidade. Evidentemente que todas as pessoas que formam esse grupo devem ser envolvidas com o crime porque senão não teriam tanta preocupação com a polícia. A todo momento chegam mensagens nesse grupo avisando por exemplo: cuidado, Guarda Municipal na porta da escola tal. E daqui a pouco chegava uma mensagem dizendo que a Polícia Militar estava fazendo uma abordagem na Praça da Catedral; e o dia todo chegam mensagens nesse grupo, no qual ao trafegarem pra lá e pra cá as pessoas quando percebem a movimentação da polícia comunicam entre si para que esses envolvidos com o crime não passem por esses locais e assim não sejam abordados”, explica o delegado Paulo Buchignani.
Todas as pessoas, segundo conta o delegado, podem até responder por associação ao tráfico de drogas.
Abastecimento de pontos de tráfico
“Esse elemento, segundo as nossas investigações, era responsável por abastecer a maior parte das biqueiras de Botucatu. Com ele foi apreendida a quantidade de quase 3 quilos entre crack e cocaína, o suficiente para fazer cerca de 11 mil papelotes. Ele nos confidenciou que era o responsável pelo esquema do tráfico bastante forte. A gente sabe a participação de todos os envolvidos e vamos tentar agora conseguir provas para responsabilizar criminalmente todos eles”, disse o delegado Paulo Buchignani.
O esquema funcionava segundo o suspeito disse ao delegado quando ele ia buscar a droga duas vezes por semana no Rio Bonito no esconderijo principal da quadrilha. “Lá ele transformava a droga em porções de 50, 100 gramas e um quilo. E conforme os donos de pontos de venda iam pedindo ele ia até onde picava, transformava a droga e fazia essa distribuição. É uma prisão bastante importante, mas a gente sabe que os outros comparsas vão continuar agindo, por isso a gente vai dar prosseguimento às investigações”, ressalta o delegado.
A Polícia localizou esconderijos da droga em tambores, fitas para embalar a droga, faca para fazer a separação, indicando que os traficantes usavam a casa que, segundo a polícia, era uma verdadeira fortaleza para não ser descoberta. Por isso a polícia diz que ali era o esconderijo principal da quadrilha. Havia um matagal grande onde servia de esconderijo. Até um cão farejador foi levado ao local para tentar descobrir maconha, mas isso não foi possível. A dificuldade também se deu por conta de uma forte chuva que caía no local.
A chácara estava em nome de um italiano ou alemão, segundo informaram alguns vizinhos.
Trabalharam no caso os policiais Basseto, João, Rossi, Pelares, Bruno, Marcos, Alexandre, Valmir o delegado Mauro dos Santos com o delegado Paulo Buchignani e toda a equipe.
Segundo o advogado Everaldo Cecílio, seu cliente se reservou no direito de falar apenas em juízo e assim que contar o que ocorreu vai definir uma linha de defesa do cliente.