O balneário Rio Bonito, em Botucatu, teve a revitalização em sua orla que embelezou o local, mas também existem alguns desafios para que o turismo se efetive de forma cada vez mais organizada e com estrutura aos visitantes.
Em um sábado à tarde a reportagem do site Agência14News encontrou Ruy Pirré que tem uma história que se mistura com a do bairro, onde sua família chegou até antes de ser alagado pela barragem feita na região. Ele traz histórias e um retrato de como está a situação desse ponto importante para o lazer de moradores e rancheiros.
Ali ele promove passeio de barco para às pessoas ao valor de R$ 10,00 por ocupante do barco; um momento especial para quem curte ver a paisagem do lado contrário da margem, não olhando para o Tietê, mas fazendo parte desse visual, conhecendo o paredão do outro lado da margem, onde existe um visual de encher os olhos e até um trecho com lixo, mas o passeio é muito mais positivo: tem-se a oportunidade de ver uma mata fechada, o lindo rio com sua imensidão, e já no retorno o visitante se depara com grandes ranchos, como um equipado com 12 suites.
Apesar do tempo mais frio no mês de julho, período quando a situação econômica também piorou, Ruy que está há 37 anos no bairro, sendo 25 no Bar da Balsa e 11 anos fazendo turismo, diz que optoou pelos passeios.
E sua história começou antes do Rio Tietê avançar em Botucatu. “Meu avô começou no Porto Martins porque ele foi o primeiro funcionário da ferrovia a morar no Porto Martins. O livro Botucatu às Margens do Tietê conta um pouco da nossa história. Minha bisavó era índia e foi capturada na região e era casada com um senhor, mas a sogra judiava muito pelo fato dela ser índia e um dias depois do primeiro filho, ela se amarrou em um lençol com o filho e se atirou no rio para se matar, aí um senhor viu ela pulando, salvou-a e ficou com ela; ele é o meu bisavô, Paulino Costa, que hoje está enterrado no cemitério do Porto Martins. Ali começou a história da família”, conta Ruy Pirré.
Apesar de uma retração do movimento, a expectativa é de melhora. “O frio tem judiado demais e a crise também tem feito cair o movimento de dois anos para cá, mas dá para ir levando devagar. Agora entrando no período de verão, a situação de visitantes tende a melhorar no Rio Bonito”, disse Ruy Pirré.
Os passeios acontecem todos os dias com embarque perto da orla.
Os ocupantes de barco sempre vão para festas tradicionais como as do Divino em Anhembi, mas também há apoios em resgates de acidentes com embarcações. “Sempre as pessoas saem, se perdem ou ficam sem combustível e é preciso fazer resgate de madrugada ou à noite”.
História – O barco que Ruy usa nos passeios era do médico Nelson Gimenez de Piracicaba, que tinha rancho no Rio Bonito, mas ele faleceu de enfarto no Tietê. Ruy Pirré conta que a embarcação chamada “Dom Peixito” chegou a ser oferecida para ele, pelo filho do médico, conhecido como Nelsinho, mas Ruy respondeu que não tinha como adquirir o barco. Depois de um tempo, Ruy diz que recebeu uma ligação, quando estava dormindo, e ouviu que Nelsinho estava doando Dom Peixito para Ruy, que após aquela ligação pela manhã voltou a dormir e achou que aquilo tinha sido um sonho. Alguns dias depois recebeu nova ligação e ficou sabendo que tudo era verdade e depois colocou o barco de novo na água no dia 28 de dezembro de 2013, agora como seu.
Revitalização – “Foi uma incrementada bem legal e deu um outro ar para o Rio Bonito. Muita gente às vezes não gosta porque tirou acesso das praias e tudo mais, mas deu uma revitalizada e ficou bem mais bonito”.
Lixo – “Nós temos esse problema sério que vem rio acima, de São Paulo, mas eles poderiam fazer uma contenção, como a barragem em Tatuí, mas eles não fazem, então todo o lixo de cima vem parar aqui. O formato do rio aqui faz uma espécie de um sifão, então dificilmente esse lixo sai daqui e fica ancorado nas margens. A Prefeitura está fazendo a limpeza todos os dias, mas esse problema não tem jeito a não ser uma contenção acima devido à quantidade de lixo. O rio começa a baixar e o lixo fica ancorado na margem nessa área perto dos banhistas. A água está em uma qualidade razoavelmente boa, mas o problema é esse lixo que vem rio acima”.
Estrutura aos comerciantes – Em uma das lanchonetes a reclamação que também foi feita à operadora Vivo em uma reunião da Prefeitura foi de melhor sinal de internet. Tem hora que se consegue fazer o pagamento com cartão de débito ou crédito, mas outras vezes não, isso porque o sinal de conexão é fraco, segundo um dos donos de uma lanchonetes do local. Em muitos casos cobra-se um valor antes da pessoa consumir – por exemplo R$ 50,00 – para depois poder servir o visitante. “No celular o sinal é bom, mas nas maquininhas não funciona direito. Às vezes, os clientes ficam bravos de cobrarmos antes, mas é o que podemos fazer atualmente”, disse um dos comerciantes do local.
Melhorias – A revitalização criou pontos de observação do rio, ciclovia, academia ao ar livre e agora os avanços que se buscam são coleta de esgoto, que está em construção de estrutura. Um novo bar também foi criado através de licitação da prefeitura.
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