Os Agentes de Combate as Endemias da Vigilância Ambiental em Saúde receberam capacitação em morcegos com duas aulas (teórica e prática) sobre a biologia e diversidade destes animais no Brasil. As aulas foram ministradas pelo Professor Doutor Wilson Uieda do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu.
O objetivo dos encontros foi aprimorar o conhecimento dos profissionais quanto a importância dos morcegos para o ecossistema e os cuidados com a saúde pública. Os agentes visitaram uma propriedade rural do município onde puderam observar abrigos de morcegos de hábitos hematófagos (alimentam-se de sangue) e frugívoros (alimentam-se de frutos).
No período da tarde e da noite a aula de manejo dos morcegos foi realizada na trilha ecológica da Fazenda Lageado, onde foram montadas redes de espera para capturar os morcegos que, após serem identificados e avaliados, foram novamente soltos na natureza. Nesta atividade noturna foram capturadas cinco espécies de morcegos, Carollia perspicillata (frugívoro), Artibeus lituratus (frugívoro), Anoua caudifer (nectarívoro), Chrotopterus auritus (carnívoro) e Desmodus rotundus (hematófago).
Sobre os morcegos
No mundo todo existem 1200 espécies de morcegos. Representam 25% dos mamíferos do mundo, sendo que no Brasil são 175 espécies e na região de Botucatu/SP são 38 espécies catalogadas.
Os morcegos são animais rondados por mitologias e consequentes preconceitos. Além disso, assim como outros grupos de animais, são ameaçados por desmatamentos e também por ações antrópicas decorrentes de lendas que existem ao seu respeito.
Alguns botânicos afirmam que 25% das árvores de uma floresta sejam dispersas por morcegos frugívoros. Pelo menos 500 espécies de plantas são polinizadas por morcegos nectarívoros. Muitas espécies são extremamente importantes como controladoras de insetos, chegando a comer 200 deles em uma só noite e outros até 500 mosquitos por hora.
É importante ressaltar que das 1200 espécies existentes apenas 3 se alimentam de sangue, sendo que apenas uma espécie se alimenta de sangue de mamíferos e as outras duas apenas de sangue de aves.
Saúde pública
Os morcegos são os principais mantenedores do vírus rábico (raiva) no ambiente. É importante que a população na tente capturar ou manusear morcegos caídos no chão ou pousados em locais não habituais, pois para se defender os mesmos poderão morder e assim transmitirem doenças.
Quando encontrarmos morcegos nestas condições a VAS deverá ser acionada para promover o resgate destes animais e encaminhá-los para exame de diagnóstico para a raiva. Os cães e gatos deverão estar com a vacina antirrábica em dia, pois se houver contato acidental com morcegos, estarão protegidos contra a raiva.
