Pacientes internados em Botucatu (SP) com suspeita ou confirmados de Covid-19 estão sendo tratados com hidroxicloroquina – variação da cloroquina. Essas substâncias são utilizadas normalmente contra a malária, nos casos de lúpus e artrite reumatoide.
“A gente está sendo bastante questionado quanto a esse tratamento e gostaria de esclarecer que esses medicamentos estão sendo oferecidos aos casos graves internados”, disse o secretário municipal de Saúde de Botucatu, André Spadaro.
Neste domingo (29), o Hospital das Clínicas (HC) da Unesp registrou o segundo óbito de paciente com suspeita do Covid-19.
Trata-se de mulher de 55 anos, procedente de Arandu, internada há três dias em nossa UTI sob ventilação mecânica. O HC informa também que aguarda o exame confirmatório e seus contactuantes já estão sendo monitorados, e em isolamento domiciliar.
Com isso chega a 12 os casos suspeitos em internação no HC sendo 4 de Botucatu e 8 da região com duas mortes suspeitas e uma paciente com a confirmação de exame feito em Botucatu e aguardando a contraprova no Instituto Adolfo Lutz. Esta paciente de 63 anos está na UTI com ventilação mecânica.
No boletim deste domingo, o secretário disse que espera-se um período difícil pela frente. “Nessas duas ou três semanas a expectativa é infelizmente de aumento de casos suspeitos e eventualmente de óbito, por isso o isolamento social é imprescindível”, comentou.
Quanto às substâncias, elas foram cercadas de expectativa e rumores depois de notícias de que elas estavam sendo usadas, ainda em caráter de pesquisa, no tratamento ao novo coronavírus.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos, Denizar Vianna, destacou que o uso pode ocorrer apenas em unidades de saúde. “Não usem medicamento fora do ambiente hospitalar. Não é seguro. Durante o uso pode ter alteração do ritmo do coração e isso tem que ter acompanhamento hospitalar”, enfatizou, durante entrevista coletiva na quarta-feira (25).
No Brasil, o produto é fabricado em laboratórios privados, das Forças Armadas e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enquadrou a hidroxicloroquina e a cloroquina como medicamentos de controle especial para evitar que pessoas que não precisam efetivamente desse medicamento provoquem o desabastecimento do mercado.
Já a azitromicina é um antibiótico usado, entre outros, no tratamento de infecções respiratórias.
VÍDEO:
Na noite deste domingo o Brasil já tinha registrado 4.319 casos confirmados de Covid-19 e 140 mortes.
SÃO PAULO REGISTRA 2 MORTES DE JOVENS
O Estado de São Paulo registra pela primeira vez, neste domingo (29), a morte de dois jovens pelo novo coronavírus, no mesmo dia. Os rapazes de 26 e 33 anos da Capital estão entre as 14 vítimas fatais da COVID-19 contabilizadas hoje, todas atendidas na rede privada de saúde.
Além dos dois jovens, há um homem de 89 anos de São Bernardo do Campos e outros 11 da Capital, sendo cinco mulheres (71, 84, 84, 87 e 90 anos) e seis homens (60, 67, 79, 76, 63, 83). O histórico clínico dos jovens, se tinham algum tipo de comorbidades por exemplo, estão sendo investigados
Até o meio desta semana, apenas a Capital paulista registrava óbitos relacionados à COVID-19. Agora, os municípios de Vargem Grande Paulista, São Bernando do Campo, Guarulhos, Taboão da Serra, Embu das Artes, Sorocaba e Ribeirão Preto também contabilizam pelo menos um óbito.
SP também registra 1.451 casos confirmados.