Sob orientação do Prof. Dr. Erick José Ramo da Silva, do Departamento de Biofísica e Farmacologia do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu, uma pesquisa da aluna de doutorado Noemia Mariania colocou entre os 10 brasileiros finalistas do Prêmio Nacional Jovem Pesquisador. A doutoranda concorre a uma viagem aos Estados Unidos para participar de um congresso à sua escolha.
O trabalho selecionado trata da caracterização pré-clínica de uma proteína do espermatozóide, conhecida como EPPIN, como alvo para o desenvolvimento de fármacos anticoncepcionais masculinos não hormonais. “Estar entre os finalistas já é um prêmio para mim. Tenho certeza que a indicação do nosso trabalho resultará no reconhecimento da nossa pesquisa, do nosso grupo e da Universidade a qual estamos vinculados”, comenta Noemia.
O estudo da doutoranda discute as estratégias contraceptivas masculinas. Segundo a pesquisadora, apenas dois métodos anticoncepcionais estão disponíveis para os homens: preservativo e vasectomia, os quais apresentam limitações importantes, como alto índice de falha (preservativo) e dificuldade de reversão (vasectomia).
“O desenvolvimento de novas estratégias farmacológicas para contracepção masculina representa um avanço importante para ampliar as estratégias contraceptivas dos casais e para uma maior participação do homem no planejamento familiar”, explica.
Pensando nesse cenário, a pesquisa de Noemia investiga alvos espermáticos que possam ser explorados para o desenvolvimento da “pílula masculina”. “Nosso laboratório tem como foco de estudo o alvo contraceptivo EPPIN, uma proteína envolvida no controle da motilidade do espermatozoide. Meu projeto de Mestrado envolveu o desenvolvimento de um modelo em animais de laboratório para o estudo da função e mecanismos de ação da EPPIN , viabilizando uma plataforma para estudos de potenciais compostos que se liguem a essa proteína no espermatozóide, resultando na inibição da sua locomoção. Essa estratégia para contracepção masculina é interessante, pois espermatozóides imóveis são incapazes de alcançar o local da fertilização, explica.
Essa é a primeira edição do Prêmio Jovem Pesquisador Promega no Brasil, por isso, a indicação a esse prêmio contribui para o reconhecimento internacional do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu como um centro de ensino e pesquisa científica em Farmacologia da Reprodução.
“Fiquei extremamente feliz e grata a todos que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. É muito gratificante trabalhar com algo que realmente acredito ser importante para a solução de um problema atual de nossa sociedade e ainda conseguir difundir essa ideia para o público geral”, finaliza a indicada ao Prêmio, representando o IBB/Unesp.
A votação para decidir o vencedor é realizada online, no site https://www.promega.com.br/c/premio-jovem-pesquisador-promega/, e estará disponível a partir do dia 29 de março de 2021. O resultado será divulgado em 30 de junho de 2021.