Policial das antigas. Assim podia ser chamado o policial civil Dalmo Conceição que faleceu em Botucatu (SP), aos 61 anos, na sua relação humana. Sempre carismático com as pessoas que procuravam as delegacias. Colegas de profissão se tornavam amigos.
Dalmo faleceu após um mal súbito por hipotensão (pressão baixa) e após isso uma síndrome hemorrágica quando estava em sua casa. Chegou a ser socorro pelos filhos, mas teve parada cardiorrespiratória. No PS entrou em óbito.
“Foi carcereiro policial por muitos anos em Botucatu. Atuou nos tempos da Cadeia pública de Botucatu. Enfrentou várias rebeliões com seus pares. Pessoa determinada, cumpridora dos seus deveres. Espirituoso mesmo nas dificuldades. Deixará lembrança e saudade. Policial “aroeira” , exemplo de pai e colega de trabalho. Atualmente estava trabalhando na equipe de escolta de presos”, disse o delegado Seccional, Lourenço Talamonte Neto.
O investigador Victor afirma que “Dalmo era um excelente policial, ótimo colega de trabalho e amigo pessoal. Bem humorado, sincero, honesto, etc…”, destacou.
O companheiro de trabalho na escolta, Nilton Gomes falou sobre o amigo que trabalha junto nas escoltas de presos. “Dalmo foi um policial batalhador, enérgico, ético, tive o prazer de ele ser meu parceiro por longos anos na escolta de presos. Além de ser um bom policial, era um pai para mim. Tinha um coração que não era dele, um ser humano incrível. Não falo porque ele faleceu, não. Isso eu sempre falei. Eu tinha muito prazer de ir na casa dele, tomava umas cervejinhas. A nossa diferença era só na parte política, mas isso não fazia com que a nossa amizade fosse menos forte. Como policial sempre trabalhou firme. Honesto, tem um filho e filha policiais, e era um cara 100%, sempre preocupado com a família. Eu brincava que o defeito era ser corintiano e petista. A gente viajava muito levando presos como em audiências de custódia”, disse ao 14News.
Amigos da polícia, da cidade e a família se despediram em velório e sepultamento nesta terça-feira (21) – Dia da Polícia Civil.
Marcos Franco, da Delegacia de Investigações Gerais de Botucatu disse ao 14News que teve uma das primeiras experiências de trabalho com Dalmo quando aconteceu uma das maiores rebeliões na cadeia pública de Botucatu (hoje desativada) em julho de 1997. Eles ficaram a madrugada toda transferindo presos.
“Trabalhamos juntos no remanejamento de presos, levando para todo canto do Estado, como Cafelândia, Pracinhas, Dois Córregos, e varamos a noite levando presos para fora do município. Saímos daqui cedo e votamos no outro dia, 6 horas da manhã. Era um colega de trabalho e amigo. Me considerava bastante. Gostava do me trabalho e me respeitava como profissional. Sempre foi um incentivador, que elogiava. Era uma pessoa muito companheira e brincalhona. Honesto e sincero. Era pau para toda obra. Respeitado pela bandidagem. Trabalhou por muitos anos da carceragem. Sabia conduzir o seu trabalho com presos e era uma pessoa muito dedicada. Enfrentou várias rebeliões. Deixa muitas saudades”.
DEPOIMENTO DA FILHA
“Meu pai sempre foi assim com todos… Tratava bem. Era brincalhão. Sempre buscava ser positivo e ajudar a quem precisava. Estendia a mão a quem lhe pedisse. Tinha um coração enorme!!! Foi um exemplo de vida pra mim. Sempre honesto e leal. Foi um grande pai, amigo, parceiro, um irmão pra todas as horas, um conselheiro, exemplo de humildade e de força!!! Sempre digno e honrado!!! Cumpriu sua missão e deixou saudades e pesar a quem lhe perdeu… Agora descansa junto ao Pai Celestial e cuida de nós lá de cima”, disse Renata Caroline da Conceição.